Reflexos e Reflexões...

HELEIETH SAFFIOTI


"A discriminação contra a mulher e o negro no Brasil é socialmente construída para beneficiar quem controla o poder econômico e político. E o poder é macho e é branco."



quinta-feira, 12 de julho de 2012

 No próximo dia 25 de Julho haverá um debate na
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB campus Jequié

Vamos todos discutir a Temática sobre Gênero e Religião!!!!
Madiadora: Profª Adriana Barbosa
Palestrante: Aletuza Gomes Leite
(Esp. em Teologia e Cultura)

NÃO PERCAM!!!!!


terça-feira, 13 de setembro de 2011

INTELECTUAIS NEGRAS

RESENHA
HOOKS, Bell. Intelectuais negras. Dossiê mulheres negras. Estudos feministas. [Tradução de Marcos Santarrita]
Por GLAUCE SOUZA SANTOS
(Estudante de Letras - UESB/Jequié)

Bell Hooks[1] em seu texto Intelectuais Negras, discute sobre a importância do trabalho do intelectual, sobretudo os causadores da desvalorização das intelectuais negras e os seus dilemas.
Inicialmente ela afirma que numa sociedade fundamentalmente anti-intelectual, é difícil para os intelectuais comprometidos e preocupados com mudanças sociais radicais afirmar o impacto significativo dos seus trabalhos. Segundo ela, é esta desvalorização do trabalho intelectual que torna difícil para indivíduos que vem de grupos marginalizados considerarem este trabalho uma atividade útil.
Diante de uma infância perseguida Bell Hooks afirma ter valorizado o trabalho intelectual porque oferecia recursos para intensificar  a sobrevivência e o prazer de viver. A sua opção de se voltar para o trabalho intelectual está relacionado ao objetivo de sobreviver a uma infância dolorosa. A mesma acreditava que era a partir desta opção que ela entenderia a sua realidade e o mundo em volta. Sendo assim, afirma que nunca pensou no trabalho intelectual como de algum modo divorciado da política do cotidiano.
Ainda sobre a opção de tornar-se intelectual, Hooks dialoga com Cornel West que afirma “A opção de tornar-se um intelectual é um ato de auto-imposta marginalidade”. Segundo ela, na maioria dos casos esta opção pode remontar a uma raiz comum: uma experiência tipo conversão religiosa comum professor ou colega que o influencia.
Hooks acredita no trabalho intelectual como uma parte necessária da luta pela libertação. Porém, compreende que a subordinação sexista na vida intelectual negra continua a obscurecer e desvalorizar a obra das intelectuais. Neste sentido, não deixa de criticar a falta de discussão do impacto dos papéis sexuais e sexismo no ensaio O Dilema do Intelectual Negro – escrito por Cornel West. Segundo ela, o momento histórico em que foi escrito o ensaio favorecia esta discussão, pois, havia na época um enfoque feminista.
Segundo Bell Hooks, muito pouco se escreveu sobre intelectuais negras e quando a maioria dos negros pensa em grandes mentes, quase sempre vem a imagem de homens. Ela justifica essa invisibilidade afirmando que é ao mesmo tempo em função do racismo, do sexismo e da exploração de classe institucionalizados, e um reflexo da realidade de que grande número de negras não escolhem o trabalho intelectual como sua vocação.
Em seu texto, Hooks se baseia no ensaio Crítica, Ideologia e Ficção de Terry Eagleton, que apresenta o intelectual não apenas como alguém que lida somente com ideias, mas, alguém que lida com ideias transgredindo fronteiras discursivas; alguém que lida com ideias em sua vital relação com uma cultura política mais ampla.
Hooks pontua que a negação às mulheres a oportunidade de seguir uma vida da mente é atuação do patriarcado capitalista com supremacia branca. Por isso acredita que só através da resistência efetiva é possível exigir o direito de afirmar uma presença intelectual.
A autora também discorre sobre a construção dos estereótipos voltados ao corpo feminino negro, o que o categoriza em termos culturais, como bastante distante da vida mental. Outro dilema apresentado no texto é sobre a dificuldade de fazer do trabalho intelectual uma prioridade essencial, segundo a autora, é responsável por isso a socialização sexista inicial que ensina às negras que o trabalho mental tem de ser sempre secundário aos afazeres domésticos, ao cuidado dos filhos, ou a um monte de outras atividades servis.
Hooks pontua também a crítica feita por West em O Dilema do Intelectual Negro, sobre os modelos burgueses de vida intelectual que a concebem só em termos individualistas ou elitistas, e oferece como alternativa o modelo da “insurgência”. Ao confessar que grande parte do trabalho intelectual se realiza em isolamento, logo questiona como podem as negras enfrentar a escolha do isolamento necessário sem entrar no modelo burguês? Por isso apresenta a diferença que há entre o isolamento exercido pelo homens e pela mulher. Assim, ela afirma que para sentir que temos direito a um tempo solitário, as negras, devem romper com as ideias sexistas/racsitas sobre o papel da mulher e a descolonização da sua mente parece ser fundamental para se tornar uma intelectual.
Segundo Bell Hooks a política do patriarcado torna a situação dos intelectuais negros diferente da das negras, pois embora eles enfrentem o racismo, não enfrentam os preconceitos de gênero. Hooks ainda pontua o paradigma oferecido por West que permite uma ênfase em acabar com o sexismo e a opressão sexista como uma condição prévia para a insurgência intelectual do negro. Segundo ela, haverá maior estímulo para que as jovens estudantes escolham caminhos intelectuais quando comunidade negras diversas enfocarem os problemas de gênero e o trabalho de estudiosas for lido e discutido mais amplamente nesses lugares.
Hooks acredita que o trabalho intelectual pode nos ligar a um mundo fora da academia, aprofundar e enriquecer nosso senso de comunidade. E é essa ideia que ela afirma querer compartilhar com as jovens negras temerosas de que o trabalho intelectual nos aliene do mundo “real”.
Portanto, conclui orientando as intelectuais negras comprometidas com práticas insurgentes a reconhecer o apelo para falar abertamente sobre a vida intelectual e sobre o trabalho como forma de ativismo. Pois, segundo ela, quando o trabalho intelectual surge de uma preocupação com a mudança social e política radical, quando esse trabalho é dirigido para as necessidades das pessoas, nos põe numa solidariedade e comunidade maiores e enaltece fundamentalmente a vida.



[1] bell hooks é o pseudônimo de Gloria Jean Watkins, escritora norte-americana nascida em 25 de setembro de 1952, no Kentucky – EUA. O apelido que ela escolheu para assinar suas obras é uma homenagem aos sobrenomes da mãe e da avó. O seu texto é assinado com letra minúscula, opção da própria autora.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

PELA VALORIZAÇÃO DA ENFERMAGEM




A Enfermagem é uma profissão que se ampliou através dos séculos surgiu do desenvolvimento e evolução das práticas de saúde no decorrer dos períodos históricos. As práticas de saúde instintivas foram às primeiras formas de prestação de assistência, continuando depois com as práticas de saúde mágico-sacerdotais, período hipocrático, monástico-medievais, pós-monásticas e a moderna. Estas ações de cuidado em saúde garantem ao homem a manutenção da sua sobrevivência, estando na sua origem, associadas ao trabalho feminino, caracterizado pela prática do cuidar atendendo as concepções evolucionistas e teológicas. O domínio dos meios de cura passou então a significar poder.
Com o progresso social e intelectual da Renascença e a evolução das universidades esperava-se um real crescimento da Enfermagem, porém, esta permaneceu enclausurada nos hospitais religiosos, continuou empírica e desarticulada durante muito tempo, vindo a desagregar-se das questões religiosas a partir dos movimentos de Reforma Religiosa e das conturbações da Santa Inquisição. Os hospitais geralmente ligados as Santas Casas, já negligenciados, passam a ser um insalubre depósito de doentes, onde homens, mulheres e crianças utilizam as mesmas dependências, amontoados em leitos coletivos.
Nesse momento as freiras das Santas Casas deixam de exercer o cuidado ficando a cargo das “meretrizes” a assistência aos doentes. Sob exploração deliberada, considerada um serviço doméstico, pela queda dos padrões morais que a sustentava, a prática de enfermagem tornou-se indigna e sem atrativos para as mulheres de casta social elevada. E esse fato estigmatiza a Enfermagem até os dias de hoje, onde a enfermeira é vista como objeto sexual e aquela que vai atender aos “desejos mais íntimos” dos médicos e pacientes.
OGUISSO, (2005) afirma que om a atuação voluntária de Florence Nightingale na guerra da Criméia (1854) a mesma instituiu um processo rigoroso para selecionar as enfermeiras que a acompanhariam  na Guerra. Florence consegue não só melhorar o valor relacionado às práticas de saúde e cuidados aos feridos de guerra, como também quebrar o preconceito que existia em torno da participação da mulher no Exército e transformar a visão da sociedade em relação à enfermagem e ao estabelecimento de uma ocupação útil para a mulher.
Esse período representa o inicío da Enfermagem Moderna que ao longo do tempo vem desconstruindo e construindo sua história, sua relação com a sociedade é permeada pelos conceitos, preconceitos e estereótipos que se estabeleceram na sua trajetória histórica e que influenciam até hoje a compreensão de seu significado enquanto profissão da saúde composta de gente que cuida de gente. É justamente nessa perspectiva do cuidado que se insere todo o legado da Enfermagem enquanto prática de saúde e cabe a nós enfermeiros lutarmos pela valorização dessa profissão, seja em relação ao papel do enfermeiro na equipe multiprofissional, nos espaços de cuidado em saúde enquanto loco da ação do enfermeiro(a), frente a precarização do trabalho pensando na jornada de trabalho que os profissionais da enfermagem são submetidos e nas questões referentes à remuneração.
A luta pela aprovação do PL 2.295/00 que regulamenta a Jornada de Trabalho dos profissionais da Enfermagem para 30 horas semanais é uma importante mobilização da categoria e representa a esperança de conquistar os objetivos dessa ação. Entendemos que o trabalhador necessita de tempo para construir-se como ser humano emancipado,  precisa de tempo para refletir sobre a qualidade e sobre os sentidos da vida e investir em áreas que a própria falta de tempo sequer permite que ele conheça. Além do que, a limitação da jornada, potencialmente, abriria campo de trabalho para mais profissionais. Nenhuma bandeira de humanização no trabalho pode pretender avançar senão pela redução da jornada e melhoria dos salários, causando assim, grande impacto financeiro, social, melhor qualidade de vida para esses profissionais e qualidade dos serviços de saúde que são dispensados aos usuários. Pensar o impacto financeiro é considerar as características do trabalho de enfermagem, convívio com dor, sofrimento, doenças, turnos ininterruptos, sábados, domingos e feriados, aliados as más condições de trabalho, muita responsabilidade e pouca valorização que tem culminado em insatisfação, adoecimento e aumentado a evasão profissional.
Assim não podemos aceitar os vencimentos para Enfermeiro (40/hs/semanais) de 795,25 R$ menos de dois salários mínimos oferecidos pelo município de Lauro de Freitas – Ba em seu concurso Público Municipal, aceitar essa remuneração é desvalorizar toda a luta da Enfermagem em sua trajetória histórica de conquistas e também, é não reconhecer a importância dessa categoria aos serviços de saúde e prestação da assistência aos usuários do serviço. Valorizar o profissional da Enfermagem é reconhecê-lo enquanto sujeito fundamental na atenção a saúde por sua formação técnica, que o capacita na resolutividade das ações em saúde como promoção, prevenção e integralidade do cuidado. Um município que não remunera dignamente o profissional da Enfermagem, não reconhece as características e qualidades que formam o profissional dessa área.


OBS: Fomentando minha crítica ao Concurso Público do município de Lauro de Freitas, o mesmo foi SUSPENSO TEMPORARIAMENTE, segundo nota publicada a referida suspensão tem como objetivo ajustar erros identificados no texto do edital normativo; além da promoção de acréscimo de cargos; bem como a realização de ajustes salariais em algumas categorias, com vagas disponibilizadas no citado concurso.
Fica então a expectativa da categoria de Enfermagem para que o ajuste salarial a ser proposto pelo município de Lauro de Freitas contemple também os profissionais da enfermagem!!!
Hoje dia 08 de setembro de 2011 ao acessar a página do PCI concursos para acompanhar o edital do Concurso Público de Lauro de Freitas que havia sido suspenso temporariamente. Observei que as informações sobre o referido concurso não se encontra mais na página, ou seja, a suspensão do concurso agora parece definitiva. Vamos Aguardar...
Acessem o Link:
http://www.pciconcursos.com.br/concursos/nordeste/

terça-feira, 30 de agosto de 2011

JUVENTUDE, EDUCAÇÃO E TRABALHO

Nos dias 20 e 21 de Agosto de 2011 na cidade de Feira de Santana participei de mais um curso de formação do PROJOVEM URBANO, programa do governo federal que tem como finalidade reinserir jovens de 18 a 29 anos de idade no espaço escolar, e elevar o seu grau de escolaridade, tudo isso visando contribuir com o desenvolvimento humano e o exercício da cidadania por meio da conclusão do Ensino Fundamental, Qualificação Profissional e Participação Cidadã.
Esse curso foi direcionado aos profissionais de diversas áreas de formação que atuam na dimensão curricular do programa voltada para a Qualificação Profissional. Estiveram reunidos profissionais das áreas de Saúde, Engenharia, Biologia, Nutrição, Sistema de Informação, Arquitetura entre outras.
Esses dois dias de formação foram pautados na discussão sobre Qualificação Profissional – O Trabalho como princípio Educativo e Fundamentos Concepções e Princípios da Qualificação Profissional no PROJOVEM mediado pelos formadores da UNEB. No segundo momento foi realizada a troca de experiências entre os monitores dos diversos Arcos Ocupacionais do programa.
Nesse momento alguns monitores compartilharam suas vivências, dificuldades, avanços e possibilidades para desenvolver as atividades que capacitem os jovens estudantes do PROJOVEM URBANO em sua formação na Qualificação Profissional. No contexto geral as dificuldades apresentadas foram basicamente às mesmas, falta de recursos materiais para realizar as atividades vinculadas a cada arco ocupacional, falta de transporte para facilitar as visitas técnicas em locais muitas vezes distantes do espaço escolar e a evasão dos estudantes.
Foi possível perceber a partir dos trabalhos apresentados que mesmo diante dos entraves que permeiam o programa, muitos monitores têm conseguido avançar e promover atividades que permitem aos jovens, enquanto cidadãos, vivenciar a relação TEORIA x PRÁTICA possibilitando uma formação crítico-reflexiva sobre o mundo do trabalho e sua inserção social/econômica/política.
COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIAS...
A Enfª Micheline do núcleo de Paulo Afonso relatou que mesmo sem laboratório conseguiu trabalhar os conteúdos do material didático do Arco Ocupacional Saúde através da realização das palestras de Educação em Saúde e Visitas Técnicas nos Serviços de Saúde do município. Os estudantes se relacionaram com autonomia nas discussões com vários profissionais da saúde e se apropriaram de temas da saúde que fazem parte do seu cotidiano desenvolvendo ativamente a troca de saberes entre todos os atores envolvidos no processo.

Conseguimos desenvolver no PROJOVEM pólo de Itaberaba onde ministro a disciplina Qualificação Profissional no Arco Ocupacional Saúde, a integração Teoria x Prática x Participação Social a partir dos conteúdos de Formação Técnica Geral – FTG. Esta integração se materializou com as reflexões sobre o mundo do trabalho, emprego, trabalho formal e informal, cooperativas e a situação do mercado de trabalho para os jovens, homens e mulheres. Foi realizada uma visita técnica na Cooperativa do Abacaxi em Itaberaba onde os jovens conheceram na prática o que é uma cooperativa e como se desenvolve o processo de trabalho na mesma, estabelecendo uma relação com o conteúdo teórico.  A discussão em sala de aula sobre a realidade do mercado de trabalho para jovens – homens – mulheres contribuiu para um debate de gênero entre os estudantes e possibilitou aos mesmos desenvolver um Ciclo de Palestras abordando a temática de gênero no espaço escolar e promovendo uma ação social-cidadã ao discutir questões de etnia, gênero, saúde, trabalho e cuidado.
O Arquiteto Carlos relatou sobre seu trabalho no núcleo/município de Santo Antonio de Jesus, compartilhou sobre suas limitações de recursos para trabalhar o Arco de Construção e Reparos e o desafio de conseguir possibilitar aos jovens uma noção básica de marcenaria. O que mais conta na sua ação é o resgate da cidadania que ele tem promovido através da sua prática a um jovem usuário de crack que tem se distanciado do mundo do tráfico, transformando a sua realidade e perspectiva de futuro.
A inclusão escolar dos surdos/mudos no PROJOVEM em Valença e o esforço das monitoras Nieide e Sonaide que conseguiram junto a rede Básica de Ensino uma interprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) para acompanhar os surdos em sala e nas visitas técnicas e demais atividades do Arco Saúde. Como também o companheiro Lima do Arco Saúde em Jacobina-Ba que junto com os estudantes aplicaram na prática as discussões da sala de aula, aliando Educação e Ação Social ao trabalhar com as crianças da APAE em seu município e ainda promoveu a integração entre os estudantes do PROJOVEM e os surdos/mudos da Rede Básica de ensino demonstrando que a comunicação é universal e que as diferenças podem ser superadas como princípio de cidadania.
Essas experiências demonstram que a Qualificação Profissional tem o Trabalho como Principio Educativo, a proposta do PROJOVEM no âmbito da Qualificação Profissional se estrutura com o objetivo de capacitar esses estudantes para refletir e atuar no mundo do trabalho a partir da experiência com o trabalho e no curso da apropriação dos saberes socialmente construídos, o sujeito pode reconstruir a história e potencializar a ação transformadora.
As ações práticas fomentadas por cada arco ocupacional se articula com a Educação que segundo SANTOS & BLENGINI, (2010) é mediação fundamental para que se construa uma nova sociedade, pautada nos princípios da universalidade, da importância e do direito do bem público, e da democracia.
 Saviani, (1986) afirma que na verdade, todo sistema educacional se estrutura a partir da questão do trabalho, pois o trabalho é à base da existência humana, e os homens se caracterizam como tais na medida em que produzem sua própria existência, a partir de suas necessidades. Trabalhar é agir sobre a natureza, agir sobre a realidade, transformando-a em função dos objetivos, das necessidades humanas. A sociedade se estrutura em função da maneira pela qual se organiza o processo de produção da existência humana, o processo de trabalho.
Acreditamos que essas práticas realizadas pelos jovens inseridos no PROJOVEM integrando TRABALHO – EDUCAÇÃO – AÇÃO SOCIAL tem imponderado os mesmos a construir um pensamento crítico-reflexivo sobre o mundo do trabalho, educação e seu próprio processo de formação nas várias dimensões, colocando-os como sujeito que pensa sua situação enquanto cidadão de direitos, ampliando sua visão política ainda que o próprio programa não fomente as suas propostas com vistas a facilitar e contribuir efetivamente na formação desses jovens e o mercado de trabalho atual aponte pra outra direção.
Assim os monitores demonstram que superar barreiras é característica do nosso contexto educacional, sendo possível sim realizar atividades político-pedagógicas baseadas em metodologias inovadoras dentro de um pensamento emancipatório de inclusão, tendo o trabalho como princípio educativo; o direito ao trabalho como um valor estruturante da cidadania; a qualificação profissional como uma política de inclusão social a partir do trabalho decente para homens e mulheres com efetivo impacto para a vida e o trabalho das pessoas.
Enfª Micheline (Monitora PROJOVEM/Arco Saúde/Paulo Afonso-Ba)
 Atividade de Educação em Saúde

Estudantes PJU/Paulo Afonso
Visita Técnica no Serviço de Saúde

Enfª Luanna (Monitora PROJOVEM/Arco Saúde/Itaberaba-Ba)
 e Estudantes do PJU 
Realização do Ciclo de Palestra
"MULHER, QUAL O SEU PAPEL?"

Vanusa Guerra Estudante do PROJOVEM
 núcleo Itaberaba-Ba
Abertura do Ciclo de Palestras

Estudantes do PJU/Itaberaba-Ba..
.Atenção nos temas discutidos!!!

Cooperativa dos Produtores de Abacaxi de Itaberaba


Estudantes do PJU/Itaberaba-Ba
 conhecendo a Cooperativa e o
 Processo de Trabalho

Estudantes do PJU/Jacobina-Ba
Atividade Educativa na APAE

Integração Estudantes do PJU e APAE

Estudantes do PJU/Arco Saúde/Jacobina-Ba
Processo de Trabalho no Serviço de Saúde.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO




          Para quem acompanha e curte o TEATRO MÁGICO amanhã dia 30 de Agosto de 2011, a partir das 15hs estréia no canal oficial do Teatro Mágico no youtube o clipe da canção “Amanhã...será?” do mais novo trabalho da trupe intitulado “ A Sociedade do Espetáculo” nome da obra do autor francês Guy Debord, a mesma foi publicada pela primeira vez em 1967 e todos os acontecimentos do revolucionário ano de 1968 tornaram a obra imensamente conhecida, esta versa sobre a IMAGEM enquanto elemento organizador da SOCIEDADE do CONSUMO transformando a realidade em ficção e vice-versa.

         O novo álbum completa a triologia do grupo iniciada com  “Entrada para Raros (2003) que resgata um humanismo individual, “Segundo Ato” (2008) onde as composições escolhidas colocam em debate o homem e a sociedade na qual vive e “A Sociedade do Espetáculo”(2011) apresenta letras e melodias que vem trazer o questionamento do mundo em que vivemos hoje.

         Segundo Fernando Aniteli líder do grupo a letra da canção “Amanhã...será? tem como fonte inspiradora as mobilizações populares em países do Oriente Médio, na Espanha e no Brasil, a canção “O mundo não vale o mundo meu bem” traz uma pegada Drumondiana. Entre os temas do novo disco que terá 16 canções e três vinhetas, contam-se menções simpáticas ao Movimento Sem-Terra, referências às revoltas populares no Oriente Médio, críticas à "heterointolerância branca" de nossa sociedade, canções suavemente feministas, e assim por diante.
        O Teatro Mágico continua sua proposta de trabalho chegar à cidade para discutir seu cotidiano político/cultural e causar em todos uma verdadeira catarse!!!

Alguns trechos do livro “A Sociedade do Espetáculo” (Guy Debord, 1967)

PARA REFLETIRMOS...

“...as imagens fluem desligadas de cada aspecto da vida e fundem-se num curso comum, de forma que a unidade da vida não mais pode ser restabelecida...”

“...o espetáulo é ao mesmo tempo parte da sociedade, a própria sociedade e seu instrumento de unificação...”

“O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediatizada por imagens...”

“A alienação do espectador em proveito do objeto contemplado (que é o resultado da sua própria atividade inconsciente) exprime-se assim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos ele compreende a sua própria existência e o seu próprio desejo...”

“O trabalhador não produz para si próprio, ele produz para um poder independente. O sucesso desta produção, a sua abundância, regressa ao produtor como abundância da despossessão. Todo o tempo e o espaço do seu mundo se lhe tornam estranhos com a acumulação dos seus produtos alienados...”

“É pelo princípio do fetichismo da mercadoria, a sociedade sendo dominada por «coisas supra-sensíveis embora sensíveis», que o espetáculo se realiza absolutamente..”

“Nosso tempo, sem dúvida... prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser... O que é sagrado para ele, não passa de ilusão, pois a verdade está no profano. Ou seja, à medida que decresce a verdade a ilusão aumenta, e o sagrado cresce a seus olhos de forma que o cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado”. (Feuerbach — Prefácio à segunda edição de A Essência do Cristianismo)





Amanhã Será?

Se aliança dissipar
E sentença for só desamor!
A tormenta aumentará!
Quando uma comunidade viva!
Insurrece o valor da Paz,
Endurecendo ternamente!

Todo biit, byte , e tera...
Será força bruta a navegar,
Será nossa herança em terra!

Amanhecerá!
De novo em nós!
Amanhã, será?

Amanhecerá!
De novo em nós!
Amanhã, será?

O "post" é voz que vos libertará
Descendentes tantos insurgirão
A arma, o réu, o véu que cairá
Cravos e Tulipas bombardeiam
Um jardim novo se levantará.
O Jasmim urge do solo sem medo.

O sol reclama no Oriente.
Brada a lua que ilumina.
Rebelando orações e mentes.

Amanhecerá!
De novo em nós!
Amanhã, será?

sábado, 6 de agosto de 2011

19 ANOS DO DIA DA MULHER NEGRA


Na sociedade machista, patriarcal, racista e capitalista em que vivemos a situação da mulher tem sido de opressão, violência, racismo e desvalorização do seu papel enquanto cidadã. No que se refere à mulher negra, esta é ainda subjugada e excluída socialmente.

Para refletirmos um pouco melhor a situação da mulher e em especial da mulher negra em nossa sociedade ao longo de nosso processo histórico, compartilho com vocês este artigo originalmente publicado no Jornal A Tarde, no dia 25 de Julho de 2011. Escrito pela Vereadora, presidenta municipal do PT e presidenta da Comissão de Reparação da Câmara Municipal de Salvador, MARTA RODRIGUES.



19 ANOS DO DIA DA MULHER NEGRA

Julho é mês de celebração, de luta e resistência. A “independência” do Brasil foi alcançada graças ao povo baiano, que foi às ruas e caçou os portugueses. Nessa luta, devemos dar o devido destaque à líder Maria Felipa, mulher, negra, e heroína excluída dos relatos oficiais, que liderou um grupo de mulheres na Ilha de Itaparica durante o combate. Mas como Maria Felipa, várias outras heroínas negras que participaram de momentos históricos do nosso país não aparecem na história oficialmente contada.
No Brasil, a desigualdade e opressão às mulheres negras começaram há cinco séculos, com a invasão do país pelos portugueses e com a violação colonial perpetrada pelos senhores brancos contra as mulheres negras e indígenas. A mistura daí resultante está na origem de todas as construções de nossa identidade nacional. Essa violência sexual colonial é, também, o “cimento” de todas as hierarquias de gênero e raça, presentes em nossa sociedade.
Em 25 de julho é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha e também o dia Municipal da Mulher Negra, em Salvador. As mulheres negras tiveram uma experiência histórica diferenciada que o discurso clássico sobre a opressão da mulher não tem reconhecido, assim como não tem dado conta da diferença que o efeito da opressão sofrida teve e ainda tem na identidade feminina delas. O 25 de Julho tenta romper com o mito da mulher universal e evidenciar as etnias, suas especificidades e desigualdades. Foi preciso destacar uma data para simbolizar quem somos e como vivemos.
Segundo estatísticas, as mudanças nas relações sócio-econômica, política e cultural, foram importantes, mas não realizaram transformações em estruturas como o sexismo, o racismo e a exclusão social. Em nosso país, esta perversa realidade é responsável pela situação de vulnerabilidade em que se encontra a maioria das mulheres negras.
No Brasil, as mudanças ocorridas no plano político, por exemplo, não significa que vivamos em perfeito estado democrático. A democracia pressupõe o efetivo exercício do ir e vir. Isto não é uma realidade para a população afrodescendente. As mulheres negras têm cidadania incompleta. A situação sócio-econômica, política e cultural delas, no geral, é muito ruim. Encontramo-nos abaixo da linha da pobreza, possuímos uma baixa escolaridade e estamos em situação de exclusão social.
Nós mulheres negras, neste inicio de século, ainda precisamos de políticas públicas em relação à saúde; à violência sexual e racial; ao trabalho; à educação e à habitação. Somos frequentemente agredidas ideologicamente, através da negação de nossa identidade. Sofremos a imposição dos padrões estéticos brancos e somos vítimas da exploração sexual e comercial da nossa imagem, principalmente nos meios de comunicação
No mercado de trabalho, mulheres negras detêm as maiores taxas de desemprego. As negras chegam a receber rendimentos 55% menores que os salários das mulheres brancas e constituem a maioria das trabalhadoras do mercado informal. De acordo com os dados do levantamento da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, brancas recebem em média, 4,6 salários mínimos, enquanto negras apenas 1,9 salário mínimo. Além disso, as últimas exercem as ocupações consideradas de maior vulnerabilidade, como a de trabalhadora doméstica.
As mulheres estão em pequeno número nos espaços de representação política, não atingindo a cota de 30% estabelecida em lei. No que se refere às mulheres negras o quadro piora. Estamos longe de atingir os espaços institucionais de poder, pois temos a menor taxa de escolarização e o menor acesso ao nível superior. Somos as maiores vítimas das desigualdades sociais, da violência, e da pobreza. Por isso, é importante que o 25 de julho seja visto como um passo na construção de uma sociedade onde as diferenças raciais, assim como as de gênero e classe, sejam erradicadas.


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

"HOJE É MEU ANIVERSÁRIO CORPO CHEIO DE ESPERANÇA UMA ETERNA CRIANÇA, MEU BEM...!!!!"


 
E no dia o2 de Agosto de 1980... eis que vem ao mundo!
Uma menina negra, de olhos, negros, cabelos crespos, olhar singelo, sorriso largo, coração apaixonado, personalidade forte, sonhos imensos, desejos intensos, amores sedentos, amiga parceira, inimiga indiferente...
Filha de José e Regina, caçula de seis irmãos (Cau, Valda, Dinha, Fio, Didiu e Ninho) paparicada, amada, agraciada por todos eles...
Tia de João, Artur, Breno, Irlan, Ismael, Gabriel, Emille, Thay, Jéssica e Luna, amores de uma vida inteira, com eles reencontro a menina em mim...
Criança levada, adolescente inconstante, jovem sonhadora, mulher feminista, determinada, emancipada, sedutora, harmoniosa, feliz com tudo que possui!
Assim sou eu!!!
Na busca constante de ressignificar a vida!
Hoje é meu Aniversário!!!!!!
Luanna Rodrigues