Reflexos e Reflexões...

HELEIETH SAFFIOTI


"A discriminação contra a mulher e o negro no Brasil é socialmente construída para beneficiar quem controla o poder econômico e político. E o poder é macho e é branco."



quinta-feira, 30 de junho de 2011

A DOR...




Minha mãe sempre diz:Não há dor que dure para sempre!
Tudo é vário.Temporário.Efêmero.Nunca somos,sempre estamos!
E apesar de saber de tudo isso.Porque algumas dores duram tanto?
Porque alguns sentimentos(diga-se de passagem os mais ridículos)
demoram tanto a passar?
Porque olhar pra ele reaviva esperanças perdidas e suscitas lágrimas quentes até então contidas?
Porque o cérebro ainda não inculcou no coração que esquecer faz bem a sáude?
Porque tudo não pode ser como um bonito filme francês?

(Chico Buarque)

sábado, 25 de junho de 2011

POESIA PARA PROTESTAR...


Patativa do Assaré



EU QUERO...

Quero um chefe brasileiro
Fiel, firme e justiceiro
Capaz de nos proteger
Que do campo até à rua
O povo todo possua
O direito de viver

Quero paz e liberdade
Sossego e fraternidade
Na nossa pátria natal
Desde a cidade ao deserto
Quero o operário liberto
Da exploração patronal

Quero ver do Sul ao Norte
O nosso caboclo forte
Trocar a casa de palha
Por confortável guarida
Quero a terra dividida
Para quem nela trabalha

Eu quero o agregado isento
Do terrível sofrimento
Do maldito cativeiro
Quero ver o meu país
Rico, ditoso e feliz
Livre do jugo estrangeiro

A bem do nosso progresso
Quero o apoio do Congresso
Sobre uma reforma agrária
Que venha por sua vez
Libertar o camponês
Da situação precária

Finalmemte, meus senhores,
Quero ouvir entre os primores
Debaixo do céu de anil
As mais sonoras notas
Dos cantos dos patriotas
Cantando a paz do Brasil.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O MOVIMENTO DE MULHERES E A REAL HISTÓRIA DO DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES




Iniciando nossa conversa quero compartilhar com todo (as) a leitura do livro AS ORIGENS E A COMEMORAÇÃO DO DIA INTENACIONAL DAS MULHERES da escritora ANA ISABEL ÁLVAREZ GONZALES.
O livro é um mergulho na verdadeira História do dia 8 de Março, ele contesta com alguns mitos sobre tal data como a antiga versão que as comemorações do dia Internacional das Mulheres está relacionado com o incêndio em uma fábrica têxtil nos E.U.A culminando na morte de várias operárias.
Através de dados históricos e a partir de uma profunda pesquisa a autora desvenda a real história sobre o DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES e nos revela que as comemorações para essa data emergem de um processo histórico de luta defendido e idealizado por várias mulheres que buscavam a sua emancipação. GONZALES destaca Clara Zetkin “a mulher que tornou possível a celebração do dia Internacional da Mulher”. Estudiosa, excelente oradora, militante do Partido Social Democrata Alemão, Clara defendia o movimento de luta das mulheres socialistas e se dedicava a causa das operárias. Assim em 1910, na Segunda Conferência Internacional das Mulheres Trabalhadoras, Clara Zetkin propôs organizar um dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras, decidindo que todos os anos, em todos os países, seriam comemorados na mesma data o “Dia das Mulheres” com a palavra de ordem: “O direito de voto para as mulheres unificará nossa força na luta pelo socialismo”.
A autora descreve que no grande ano de 1917 fome, frio, e tribunais de guerra esgotaram a paciência das mulheres operárias e camponesas da Rússia.  Então no dia 8 de Março de 1917 (dia 23 de Fevereiro segundo o antigo calendário Russo), as mesmas saíram pelas ruas de Petrogrado reivindicando pelo direito ao voto, revolta contra a escassez de alimento (“pão para os nossos filhos”), retorno de seus maridos das trincheiras. GONZALES afirma que, o início do movimento de greve das operárias foi o estopim para a Revolução de Fevereiro de 1917 na Rússia (Revolução Russa) o que fundamentou a institucionalização do Dia 08 de Março como o dia Internacional das Mulheres, a partir das propostas defendidas por Clara Zetkin.
Por todos esses acontecimentos descritos nesta obra e o verdadeiro significado do dia das mulheres, vale contestar o sentido que hoje em dia a mídia tem atrelado ao 8 de Março, reduzindo a uma data sem caráter revolucionário, transformando-o em um evento de mercado, de homenagens, flores... e reforçando uma feminilidade tradicional, ignorando as diversas manifestações dos movimentos de mulheres que ocorrem em  todo o mundo.
Que os movimentos feministas continuem a contrapor essa a lógica do mercado, e que o 8 de Março seja visto como um dia de militância e parte de um projeto de construção dos movimentos de mulheres com caráter político, forte, capaz de atuar com outros movimentos sociais, articulando a luta pela igualdade entre mulheres e homens que lutam pela superação do modelo capitalista, patriarcal e racista. Que sejam esses os eixos estruturadores dos movimentos de mulheres, feministas e socialistas.